Nova geração acelera vendas da picape compacta, que lidera entre os comerciais. Fiat Strada 2021 registrou 8,6 mil emplacamentos em agosto segundo Fenabrave
Thiago Ventura
A picape-compacta Fiat Strada é a grande surpresa no balanço de vendas de veículos no Brasil em agosto. Segundo dados da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), o modelo da marca italiana registrou 8.675 emplacamentos no mês passado, mantendo no posto de veículo comercial leve mais vendido no Brasil e segundo lugar entre os veículos automotores. A Strada só perdeu para o best-seller Chevrolet Onix, com 10.591 emplacamentos.
Modelo projetado e destinado primordialmente ao trabalho, a Strada vende mais do que muito carro de passeio. Em agosto, por exemplo, ultrapassou o Hyundai HB20, o sedã Onix Plus e o Ford Ka, dentre outros que figuram entre os mais vendidos. O desempenho consolida o acerto da Fiat na nova geração da picape, lançada em junho deste ano. Nas versões Freedom e Volcano cabine dupla, a Strada talvez esteja conquistando clientes de outras categorias.
Ainda na análise dos veículos mais vendidos, destaque para o Volkswagen T-Cross, SUV mais vendido no acumulado deste ano, superando os best-sellers Jeep Renegade e Jeep Compass. O modelo alemão registrou 6.447 emplacamentos, o quarto mais vendido. Outra novidade neste segmento, o Chevrolet Tracker foi o oitavo mais vendido com 5.891 unidades.
Confira os 20 carros mais vendidos de agosto no Brasil:
1º Chevrolet Onix: 10.591 unidades
2º Fiat Strada: 8.675
3º Hyundai HB20: 8.465
4º Volkswagen Gol: 7.909
5º Volkswagen T-Cross: 6.447
6º Fiat Argo: 6.033
7º Chevrolet Onix Plus: 5.958
8º Chevrolet Tracker: 5.891
9º Jeep Compass: 5.217
10º Jeep Renegade: 5.202
11º Fiat Toro: 4.818
12º Ford Ka: 4.611
13º Hyundai Creta: 4.420
14º Fiat Mobi: 4.274
15º Volkswagen Polo: 3.419
16º Volkswagen Virtus: 3.235
17º Nissan Kicks: 3.198
18º Volkswagen Saveiro: 3.194
19º Toyota Corolla: 3.187
20º Honda HR-V: 2.795
Queda nas vendas
As vendas de veículos novos registraram uma queda de 13,67% em agosto em comparação com o mesmo mês do ano passado. Segundo a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), foram emplacadas 299,6 mil unidades em agosto. O número representa um crescimento de 7,35% em relação a julho.
No acumulado dos primeiros oito meses do ano, a comercialização de veículos apresentou queda de 31%, com a venda de 1,8 milhão de unidades. No período de janeiro a agosto de 2019, foram 2,6 milhões.
O segmento de automóveis e veículos comerciais leves registra, de janeiro a agosto, uma retração de 35,7%, com o emplacamento de 1,02 milhão de unidades. Em agosto, a queda ficou em 24,7%, em comparação com o mesmo mês de 2019, com a venda de 173,5 mil automóveis.
Caminhões e motos
No setor de caminhões, a redução nas vendas foi menor, 15,7% em agosto na comparação com o mesmo mês do ano passado. Foram vendidas no período 8 mil unidades. Nos oito primeiro meses do ano, as vendas de caminhões totalizaram 55,2 mil unidades, uma queda de 15,6% em relação ao período de janeiro a agosto de 2019.
Os emplacamentos de motocicletas tiveram alta de 8,29% em agosto em relação ao mesmo mês de 2019, com a venda de 96 mil veículos de duas rodas. No acumulado do ano, o setor registra queda de 25% em relação ao período de janeiro a agosto do ano passado, com a comercialização de 531,4 mil unidades.
Demanda reprimida e juros baixos
Para o presidente da Fenabrave, Alarico Assumpção Júnior, a alta nas vendas de motos atende a uma demanda reprimida dos meses em que as montadoras paralisaram a produção. “Com a retomada de parte da produção, pelas montadoras, os volumes de emplacamentos vêm crescendo para atender à demanda reprimida. Contudo, ainda permanecem problemas de produção, pela falta de peças e componentes”, ressaltou.
Sobre os resultados de agosto em relação aos veículos em geral, Assumpção acredita que os números mostram que “o mercado vem retomando patamares mais altos de volume e se ajustando ao ‘novo normal’”.
De acordo com o presidente da Fenabrave, as taxas de juros estão atrativas e as pessoas têm comprado carros como forma de se locomover com mais segurança durante a pandemia de coronavírus. “A manutenção da taxa Selic [taxa básica de juros], em níveis baixos, assim como a pandemia, têm estimulado a compra de carros para o transporte individual das pessoas. Além disso, os financiamentos ficaram mais acessíveis”, disse. (Com Agência Brasil)