Novos motores serão utilizados nos modelos da Fiat, como Argo, Cronos e Toro, além dos modelos Jeep como o Renegade e o Compass
Por Amintas Vidal
BETIM (MG) – Conforme antecipamos, a Fiat Chrysler Automobiles (FCA) anunciou um investimento de R$ 500 milhões de reais para construir uma nova fábrica no Brasil A planta será erguida em Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte e há promessa de gerar até 1.200 empregos. A fábrica vai produzir novos motores turbo para a linha Fiat e Jeep.
O anúncio foi uma vitória da indústria nacional, pois tanto Betim como o Sudeste asiático disputavam receber esse investimento. Tanto que esteve presente na cerimônia, realizada nessa quarta (22/05) o CEO mundial da FCA, Mike Manley, além do presidente/COO do grupo para a América Latina, Antonio Filosa e o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo-MG).
“Os sólidos resultados apresentados pela América Latina nos últimos trimestres, o potencial de crescimento do nosso mercado e, em especial, a versatilidade e alta qualificação da mão-de-obra brasileira foram fatores fundamentais para trazer esse investimento ao Brasil, que disputava com outros países a possibilidade de receber a nova fábrica de motores turbo”, comentou Filosa.
Os motores começam a ser entregues no final do ano que vem e também serão exportados para a Europa e outros mercados. Serão cinco novos blocos, turbinados, que receberão o nome de GSE: 1.0 três cilindros GSE T3, 1.3 quatro cilindros GSE T4, ambos flex. A FCA está ainda desenvolvendo o GSE E4, de patente desenvolvida no Brasil, com tecnologia turbo voltada apenas à combustão de etanol.
Não foram revelados dados técnicos completos, mas a FCA revelou que os novos motores turbo têm como base o Firefly, mas com alguns diferenciais importantes. Além do turbocompressor com injeção direta, eles terão quatro válvulas por cilindro (Firefly de aspiração natural tem duas), comando de válvulas Mult Air, patente da marca italiana, sistema eletro hidráulico que permite enorme programação na variação de abertura dos conjuntos de válvulas, tanto no grupo de admissão como no de exaustão. O Eles terão também bloco de alumínio.
O novo aporte se soma aos R$ 8 bilhões previstos para o Brasil até 2024, que contemplam veículos e motores. A expectativa com a planta de motores é empregar 300 funcionários diretos e 900 indiretos. Produção começará em no último quadrimestre de 2020 e o lançamento de modelos equipados com os mesmos, só em 2021. Esses novos motores serão utilizados nos modelos da Fiat, como Argo, Cronos Fiat Toro, além dos modelos Jeep como o Renegade e o Compass.\
Novos lançamentos
A FCA planeja produzir três novos modelos em Betim a partir de 2020. Dois deles marcam a entrada da Fiat no segmento de SUVs, que é o que mais cresce no mercado brasileiro. Os modelos serão derivados do Fiat Argo: “serão veículos que vão chamar a atenção pelo design, desempenho, tecnologia embarcada e nível de conectividade”, destaca Filosa. Outro veículo que vem por aí é uma nova picape compacta.
GNV isento em Minas e investimentos em pesquisa
Durante o evento, o governador Romeu Zema anunciou decreto que isenta veículos movidos a gás natural veícular (GNV) de pagar IPVA no Estado de Minas Gerais. A Fiat relançou recentemente o Grand Siena com preparação para Kit Gás. Além disso, o Estado de Minas prevê o lançamento de um programas de residência tecnológica e pesquisa aprofundada para mestrandos e doutorandos na área de engenharia.
Segundo a marca italiana, objetivos principais do programa são estreitar os laços da FCA com a comunidade acadêmica e ajudar a qualificar as novas gerações de engenheiros e técnicos para as constantes evoluções em curso na indústria automotiva.
A linha de produção dos motores GSE T3 e T4 já nascerá em ambiente da Indústria 4.0, de forte conexão entre pessoas, máquinas, dados e inteligência artificial. Os novos motores serão produzidos no mais avançado processo de manufatura e estarão credenciados para competir nos mais exigentes mercados globais.
Com capacidade para fabricar 100 mil propulsores por ano, a nova planta reunirá todas as etapas produtivas do motor, desde a usinagem do bloco e cabeçote até as linhas de montagem. Todo o processo é conectado a uma central de gerenciamento, no melhor exemplo de interação entre pessoas, máquina e dados. (Colaborou Amintas Vidal/Carro Esporte Clube)
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