Não faz muito tempo, o mais comum no Brasil era evitar o recall ao máximo, mesmo com mortes evidentes. Recall de airbag da Takata afeta milhões de veículos no país
Por Paula Carolina
Neste que é considerado o mês do consumidor, uma peça publicitária chama a atenção. Uma montadora de automóveis, que diga-se de passagem está entre as mais afetadas pelo megarrecall mundial de airbags da empresa fornecedora Takata, usa como “protagonista” um cliente que, de dentro de uma oficina, “convoca” os demais proprietários de modelos da marca envolvidos na falha para comparecerem ao chamado. O suposto cliente não só fala do defeito como mostra a peça a ser trocada e enfatiza que “muitos já compareceram ao chamado, mas para a marca é preciso que todos compareçam”.
Em atitude raríssima nas circunstâncias de recall, a montadora toca num ponto extremamente importante: o índice de comparecimento. Historicamente – no Brasil e no mundo – são poucos os recalls que conseguem atingir um nível de reparo superior a 50% ou 60% dos veículos com defeito, principalmente quando se trata de um recall muito grande e com um universo de modelos com maior tempo de circulação no mercado (o megarrecall de airbagas da Takata chega a atingir veículos com mais de 10 anos de fabricação).
É fato que a responsabilidade da montadora é eterna. E esse é um caso de grande repercussão e extremamente grave, uma vez que o airbag, ao deflagar, pode projetar fragmentos metálicos cortantes para dentro do veículo, matando um ocupante.
Mesmo assim, a atitude da montadora merece ser vista com atenção. Não faz muito tempo, o mais comum no Brasil era evitar o recall ao máximo, mesmo com mortes evidentes. Tentar ocultar a necessidade da convocação, fingindo não haver o defeito e empurrando a responsabilidade por eventuais acidentes ao consumidor; ou fazer o reparo às escondidas, sem uma convocação oficial, o chamado recall branco. Exemplos infelizmente não faltam, mas são assunto para uma outra oportunidade. Por hora, que sirva de reflexão a atitude de insistir em assumir o erro e, literalmente, se pagar por ele, para evitar uma conta bem mais cara depois.
Em tempo: no Brasil, os primeiros recalls envolvendo o defeito de airbags da Takata foram divulgados em abril de 2013 por três montadoras de veículos. A partir daí os chamados foram só aumentando e até o momento, só no Brasil, já envolvem mais de 2 milhões de veículos das principais montadoras (30 milhões em todo o mundo). São diversos tipos de modelos nacionais e importados com diferentes períodos de fabricação. É possível saber se seu modelo está envolvido, consultando o site do Procon-SP (www.procon.sp.gov.br) e acessando ‘recall’ no canto inferior esquerdo. Há duas formas de se fazer a pesquisa: ‘busca marca/modelo’ ou ‘relatórios campanhas’. O site compila dados deste e outros recalls desde 2002.
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