Balanço do primeiro semestre de 2021 no país mostra dados robustos no mercado de veículos seminovos. Para especialistas, recurso que seria destinado a outros bens, tem sido aplicado na troca do carro
Com o preço dos veículos zero quilômetro chegando a níveis muito acima da inflação, o segmento dos veículos seminovos e usados tem registrado bons resultados de vendas. Segundo dados da Federação Nacional das Associações dos Revendedores de Veículos Automotores (Fenauto) o primeiro semestre deste ano já superou as vendas de 2019, quando não havia pandemia.
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Entre janeiro e junho de 2019, foram 54.802 unidades vendidas a cada dia, 36.323 no mesmo intervalo de 2020 e agora, nos primeiros seis meses de 2021, a média diária de vendas de seminovos e usados no Brasil é de 58.944 unidades. Se considerado junho de 2021 com o mesmo mês do ano passado, o índice segue no positivo, com incremento nas vendas de 77,7%. No primeiro semestre de 2020 as vendas acumuladas chegaram a 4.540.419 de veículos e, no mesmo período de 2021, é aferido aumento de 62,3%.
Em Minas Gerais, o número de vendas de carros seminovos e usados em junho de 2021 teve uma diminuição de 2,2% na comparação com maio, e crescimento de 23,2% no paralelo com junho de 2020. Considerando o acumulado do ano em Minas até o final de junho, o crescimento foi de 46,9%, se comparado ao primeiro semestre de 2020.
Especialistas entendem que o alto volume de negociações de carros observado agora está relacionado ao fato de que as pessoas estão direcionando recursos que seriam para outras áreas, como viagens de férias ou cursos de especialização, para a aquisição de automóveis, que inclusive são uma ferramenta de proteção contra a Covid-19. “Além disso, os modelos mais procurados não estão mais tão disponíveis, fazendo o cliente fechar negócio assim que encontra uma oportunidade, ao passo que carros concorrentes, menos procurados, agora já são ofertados com promoções especiais, o que segue sustentando o volume de vendas”, observa o diretor comercial da AutoMAIA Veículos, Flávio Maia.
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No que diz respeito ao segmento de seminovos e usados, há só o que comemorar. Mesmo de portas fechadas, quando era essa a determinação em muitas cidades brasileiras, o trabalho não parou, e as vendas também não. Segundo a Federação Nacional das Associações dos Revendedores de Veículos Automotores (Fenauto), esse mercado fechou 2020 com 13 milhões de carros vendidos. O balanço do primeiro semestre deste ano mostra resultados positivos, conforme divulga a entidade que representa os lojistas de veículos multimarcas no país, superando o volume negociado no período correspondente em 2019.
“A pandemia castigou o setor de novos em 2020, quando os resultados ficaram aquém das expectativas, mas em 2021, mesmo com o problema ainda não superado, os dados são robustos”, acrescenta Flávio Maia. Uma comparação melhor se faz considerando também o paralelo com 2019, um ano absolutamente normal, sem coronavírus, fechamento de cidades e restrições.
O mercado de seminovos e usados, inclusive, é motivo de disputa entre gigantes do setor automotivo que agora investem no segmento no Brasil. As startups Creditas e Volanty devem juntar forças contra a mexicana Kavak nessa briga.
A Creditas agora aposta no nicho de compra, venda e troca de veículos usados multimarcas. A empresa divulgou que entra nesse mercado com um aporte inicial de R$ 50 milhões, contando com 500 veículos para venda e mais de 800 em estoque, conforme anunciou em maio. A Volanty também ampliou a presença de suas lojas físicas em 2021, através de uma “fábrica de seminovos”. Unidas, as startups poderiam ver acelerada a operação de revenda de carros usados.
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Enquanto isso, a Kavak segue investindo pesado no Brasil – captou US$ 485 milhões e foi avaliada em US$ 4 bilhões em abril, recursos que devem ser revertidos para incrementar a operação brasileira. A startup mexicana vem fazendo crescer seu estoque de carros no Brasil, até agora mais ou menos de 1 mil unidades.
E daqui para frente?
E quando tudo isso passar? “Quando a escassez de componentes for solucionada e não mais existirem tamanhas restrições quanto ao coronavírus, os modelos mais procurados devem voltar a ter as vendas de um cenário normal, com fabricantes também oferecendo novamente as versões mais baratas, agora menos disponíveis. Para outros veículos, será o momento de retomar a competitividade, e isso pode ser feito apostando em boas ofertas, juros subsidiados ou remanejamento de valores”, diz Flávio Maia. “Diante dos preços mais altos, como acontece agora, a demanda está represada, mas nada que não possa ser superado com o reequilíbrio na cadeia de suprimentos e o fim da pandemia”, conclui. (Fonte: Redação e Romano Comunicação)
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