Por Rômulo Ávila e Thiago Ventura
O dono de um Volvo XC40 Híbrido, avaliado em R$ 3o0 mil, encontrou uma maneira inusitada para reclamar de uma suposta falta de apoio da marca e da concessionária de Belo Horizonte onde ele comprou o veículo. O XC40 queimado é utilizado em protesto na capital mineira.
Segundo o consumidor, o SUV pegou fogo e ficou completamente destruído durante uma viagem. Após o sinistro, o proprietário acionou a Volvo Car Brasil exigindo um outro veículo semelhante. A marca sueca afirma ter feito perícia independente que não identificou vício de origem para ter gerado a combustão (confira a nota completa no final da matéria).
Para protestar, o proprietário criou um perfil no Instagram para relatar o caso e decidiu ‘estacionar’ o que sobrou do carro na porta da concessionária Volvo em BH. Desde meados de maio de 2023, que o XC40 queimado está na porta da revenda, na avenida Raja Gabáglia, bairro São Bento, na região Centro-Sul da capital.
A carcaça está sobre uma carretinha, puxada por uma Chevrolet S10. Uma mulher faz plantão no local, distribuindo panfletos e informando curiosos sobre o caso. A todo momento pessoas passam e registram a cena, bem em frente da revenda oficial da marca.
Com a repercussão do caso, agora o modelo está vendo um “tour pelo Brasil”. Na última semana, o XC40 esteve em São Paulo: passou por concessionárias e até na sede da marca no Brasil. E em breve deve ir em outras praças aonde a marca sueca atua.
“Vendo: promoção pegando fogo! Volvo XC40 híbrido 21/21 c/ 20.500 km. Revisão na concessionária aos 10 e 20 mil km. Garantia até 05/23. Combustão espontânea em 01/23”, aponta um cartaz colocado na porta do veículo. A reportagem apurou que o carro era segurado.
O dono do modelo constituiu um advogado para acompanhar o caso. Mateus Drubscky disse que a concessionária e a fabricante se eximiram da responsabilidade e, por isso, ele revolveu protestar e acionar a Justiça. “Enviaram um e-mail informando que ( o incêndio) foi por vazamento de líquido do motor, líquidos quentes. Por isso que houve a combustão e o motor trincou, provavelmente, pela aspiração de água da chuva. Está bem expresso no e-mail. Tenho comigo que o veículo então não pode tomar chuva, porque pode trincar o bloco do motor e pegar fogo. Foi a justificativa que eles deram e isso seria, segundo a fabricante, uma excludente da responsabilidade”, disse o advogado.
Além do protesto, o dono do XC 40 mantém um perfil na rede social no qual descreve, cronologicamente, o que teria ocorrido. Ele usa o nome fictício de João e diz que estava ‘muito feliz’ com o veículo e que, por ser o ‘carro mais seguro do mundo’, a esposa viajava sempre para o interior de Minas. “As revisões eram feitas na concessionária, em função da garantia que era até 05/23”, diz trecho de uma postagem.
O proprietário diz que emprestou o carro ao pai em janeiro deste ano para uma viagem ao litoral do Rio de Janeiro.
“Ocorre que, próximo a Juiz de Fora, o carro acende uma luz no painel e imediatamente seu pai (que é viajante de estradas como profissão a (sic) quase 40 anos) encosta o carro no acostamento… Mas quase não se salva, pois infelizmente só deu tempo de retirar alguns pertences, pois o motor entrou em combustão espontânea…”, diz o texto, que tem a foto do veículo pegando fogo.
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Ainda conforme relato do dono, o contato inicial com a fábrica foi positivo. “A fábrica foi muito atenciosa e esse era um caso que não gerava dúvidas pois o carro era novo e todos os procedimentos preconizados pelo fabricante sempre foram realizados à risca”, escreveu.
A empresa respondeu, no entanto, que não foi identificado nenhum defeito de fábrica, e por isso o proprietário não seria ressarcido. A Volvo ainda teria oferecido desconto para a compra de outro carro:
“Logo que recepcionamos a sua reclamação, a direcionamos às áreas pertinentes da Volvo Car Brasil, pelo que reiteramos o posicionamento anteriormente mencionado, no sentido de lamentarmos o ocorrido e de não seguirmos com o atendimento do seu pleito, uma vez que, de acordo com a avaliação técnica realizada, não foram identificados indícios de vício de fabricação no produto, não havendo que se falar em responsabilidade da marca. A despeito disso, a Volvo, em caráter de mera liberalidade, se dispõe a conceder uma condição comercial excepcional para a compra de um novo veículo, caso seja de seu interesse”.
Após deixar o que sobrou do veículo na porta da concessionária, o dono tenta resolver a questão. “Infelizmente a concessionária informa que não pode fazer nada, que é com a fábrica, mas na hora de me vender não falaram isso e me deixaram pro lado de fora assim, me colocaram em uma sala privada com ar condicionado, cafezinho e lanchinhos… Hoje não me deixaram entrar? Porque (sic)?”.
A marca sueca e a concessionária Volvo Euroville enviaram ao Carro Esporte Clube uma nota sobre o caso. Segue abaixo o texto na íntegra:
NOTA DE ESCLARECIMENTO
Em face das informações recentemente divulgadas por parte da mídia acerca do Veículo Volvo XC40 híbrido de chassi YV1XZBBCFM2574838, adquirido usado em 30/12/2021 (“VEÍCULO”), em que se alegou uma suposta ausência de atendimento ao consumidor (“PROPRIETÁRIO”), bem como a ocorrência de vício de fabricação no produto que ensejou o sinistro nele verificado (“INCÊNDIO”), a VOLVO CAR BRASIL, IMPORTAÇÃO E COMÉRCIO DE VEÍCULOS LTDA. (doravante “VOLVO”) e a EUROVILLE VLV VEÍCULOS E PEÇAS LTDA. (“CONCESSIONÁRIA”), vem a público, conjuntamente, em atenção a seus clientes e parceiros, esclarecer o seguinte:
1. A VOLVO fiel aos seus princípios de respeito ao consumidor da marca, tão logo foi informada da ocorrência do INCÊNDIO no VEÍCULO, solicitou ao PROPRIETÁRIO os dados de localização do produto, para fins de realização de uma vistoria técnica (“PERÍCIA”);
2. A PERÍCIA contratada pela VOLVO foi realizada por empresa independente e imparcial, com mais de 29 (vinte e nove) anos de mercado automotivo, com a respectiva elaboração de um parecer idôneo (“LAUDO PERICIAL”);
3. O resultado do LAUDO PERICIAL foi compartilhado com o PROPRIETÁRIO logo após a sua conclusão, em meados de março de 2023, tendo o estudo concluído que o INCÊNDIO do VEÍCULO não foi causado por vício de fabricação do bem, mas por fatores externos, de forma que os reparos não poderiam ser cobertos em garantia;
4. A despeito da PERÍCIA, a VOLVO, em caráter de mera liberalidade, se dispôs a oferecer ao PROPRIETÁRIO uma condição comercial especial para aquisição de um novo veículo – o que foi rechaçado pelo consumidor.
5. Nesse sentido, ao PROPRIETÁRIO foi recomendado o acionamento do respectivo seguro veicular para apuração de responsabilidade da cobertura de sinistro por ele contratada;
6. Assim, considerando a resposta oferecida pela VOLVO, não foram apresentados, pelo PROPRIETÁRIO, quaisquer indícios ou elementos capazes de contrapor as causas do INCÊNDIO apontadas pelo LAUDO PERICIAL, tampouco o PROPRIETÁRIO procurou a VOLVO ou a CONCESSIONÁRIA após o compartilhamento destas informações na tentativa de solução amigável da reclamação.
Em suma, conclui-se que em que pese o infeliz ocorrido com o VEÍCULO, não há que se falar que “Não houve nenhuma resposta da montadora”, que prontamente se dispôs a esclarecer os fatos tais como ocorreram, como também resta evidente a ausência de responsabilidade das empresas VOLVO e EUROVILLE in casu.
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