Golpe do cheiro: mulheres vão indenizar motorista de Uber por denúncia falsa

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Motorista de Uber foi alvo de denúncia de intoxicação, conhecida como ‘golpe do cheiro’. Mulheres fizeram posts sem prova contra o profissional nas redes sociais

Motorista foi vítima de difamação nas redes sociais por suposto 'golpe do cheiro'
Motorista foi vítima de difamação nas redes sociais por suposto ‘golpe do cheiro’


Duas mulheres que revelaram nas redes sociais o que acreditam ter sido uma tentativa de intoxicação feita por um motorista da Uber foram condenadas a pagar R$ 20 mil. A decisão é da 2ª Vara Especial do Tribunal de Justiça de Santos (SP). Por conta da denúncia falsa, temores de “ataques de intoxicação” foram compartilhados em correntes nas redes sociais, conhecido como ‘golpe do cheiro’.

Em sua decisão, a juíza Andrea Amaral Roman entendeu que o motorista de aplicativo, ao ser acusado injustamente nas redes sociais, teve sua honra ferida. Além disso, avaliou o fato de sua conta ter sido suspensa pela Uber em meio às denúncias divulgadas nas redes sociais.

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O caso aconteceu em novembro de 2021. Logo ao iniciar a corrida, o motorista ofereceu uma solução com álcool gel para que a passageira higienizasse as mãos, indicando que havia uma essência. O veículo possuía uma divisória entre a parte da frente e o banco traseiro. A passageira sentiu-se mal, pediu para interromper a corrida e desceu alguns minutos após a corrida começar, temendo ser vítima de algum ataque.

Ela fotografou o veículo e foi à delegacia registrar boletim de ocorrência. A passageira relatou à polícia que, após borrifar a solução nas mãos, começou a passar mal com tontura e sensação de asfixia. No mesmo dia, ela postou vídeo no Instagram relatando a experiência, o que começou a viralizar. “Se eu inalasse mais um pouco do que quer que fosse aquilo, teria apagado completamente”, disse no texto, sem contudo revelar a identidade do motorista.

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Sua identidade, além dos detalhes do carro em que viajava, foi revelada por outra mulher em posts nas redes sociais e no WhatsApp. “Esse pilantra mora na rua…”, escreveu ela ao reproduzir o perfil dele. Ela também compartilhou fotos que, como entendeu a juíza da decisão, teriam sido feitas pela mulher que fez a denúncia fundada em uma falsa percepção.

Investigação sobre o golpe do cheiro


Com a repercussão negativa nas redes sociais, o motorista de aplicativo procurou a polícia para que o produto e o carro fossem periciados. Nada foi encontrado e a solução oferecida era apenas álcool 70 º e canela. Ele acabou tendo a conta suspensa pela Uber e procurou a justiça requerendo indenização por danos morais.

A magistrada classificou a denúncia das mulheres como “desmedida, abusiva e manifestamente ilegal”, uma vez que não havia provas concretas da suposta tentativa de intoxicação. Por conta disso, condenou cada uma a indenizar motorista em R$ 10 mil. (Fonte TJSP e Redação)