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UFMG diz que Stock Car pode danificar equipamento de R$ 9 mi

Audiência na Câmara de BH debate Stock Car na Pampulha. Críticos alegam risco de trepidação do solo, ruído excessivo, fechamento de serviços e ruas e morte de animais

Etapa de Belo Horizonte vai acontecer nos arredores do Mineirão (Foto: TV UFMG)

Danos em equipamentos avaliados em milhões de reais, fechamento do hospital veterinário por mais de 20 dias e morte de animais que contribuem com trabalhos de pesquisa são alguns dos impactos esperados por professores, trabalhadores e alunos da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) durante a realização da Stock Car em BH. Essas e outras preocupações da comunidade escolar foram apresentadas durante audiência pública realizada pela Comissão de Educação, Ciência, Tecnologia, Cultura, Desporto, Lazer e Turismo nessa quarta-feira (8/5).

O megaevento, que deve atrair um público de 80 mil pessoas, está marcado para ocorrer na Esplanada do Mineirão entre os dias 15 e 18 de agosto próximo, e os problemas causados no entorno do estádio em função da disputa automobilística já começaram a aparecer. Dirigentes e docentes da universidade queixam-se da falta de diálogo da Prefeitura e dos organizadores, que em nenhum momento teriam consultado a UFMG sobre o evento.

Representantes de associações de moradores também reclamam da ausência de explicações e cobram a apresentação de um estudo técnico de viabilidade, já que consideram a Stock Car um empreendimento e não apenas um evento. Convidados para a audiência pública, nem a PBH nem a organização da competição enviaram representantes ao encontro.

Fechamento da odontologia e do centro de treinamento

Com uma população maior que a de muitas cidades do interior do estado, cerca de 60 mil pessoas, a UFMG é considerada uma “cidade” dentro da cidade. Com autonomia semelhante à de uma prefeitura, a universidade realiza convênios, fecha parcerias, comercializa patentes e, apenas no ano passado, executou um orçamento próximo de R$ 3 bilhões.

Segundo Fábia Pereira Lima, diretora do Centro de Comunicação, a instituição não é contra a Stock Car, mas tem certeza absoluta de que o local não é adequado para a disputa. De acordo com a professora, além das alterações promovidas no trânsito, a Stock deve implicar no fechamento temporário do Centro Esportivo Universitário (CEU), que recebe cerca de 600 atletas por dia, sendo que destes 100 são olímpicos ou paralímpicos.

Parte do atendimento feito pela Escola de Odontologia, onde são realizados até 255 procedimentos simultâneos, dentre eles urgências e emergências, para pessoas de todas as partes do estado, também terá que ser suspenso. “Ações como a Stock Car só podem ocorrer mediante o respeito a outros direitos sociais e eles não estão sendo mantidos”, afirmou.

Hospital veterinário e laboratórios

Os impactos em equipamentos e laboratórios de pesquisa e também no fechamento do hospital veterinário são outros pontos que preocupam professores e estudantes. Além da trepidação do solo, que pode descalibrar máquinas sensíveis, os ruídos causados pelas obras e durante as corridas podem causar estresse e morte de espécies animais utilizadas para pesquisa e nos estudos de extensão. “No Laboratório de Aquacultura, são mais de 27 mil organismos aquáticos que incluem, dentre outros, peixes, camarões e rãs e a água aumenta a percepção de barulho”, contou Eliane Gonçalves de Melo, vice-diretora da Escola de Veterinária. Recentemente, durante a festa da torcida do Palmeiras na Avenida Abraão Caram, peixes teriam pulado dos aquários e foram encontrados sem vida no chão do laboratório.

O prédio da Veterinária deve ser um das mais impactados. Com campus bem próximo das avenidas que serão transformadas em pistas de corridas, a unidade deve ter que interromper os trabalhos do Laboratório de Análise da Qualidade do Leite, que hoje certifica grande parte das indústrias de leite das Regiões Sudeste e Nordeste do país, emitindo cerca de 300 certificações por mês. Segundo a vice-diretora, o equipamento que realiza a inspeção tem calibragem feita por meio de laser super sensível e trepidações podem danificar a máquina, avaliada em cerca de R$ 9 milhões.

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Já o Hospital Veterinário realiza cerca de 3 mil procedimentos por mês, entre cirurgias diversas e acompanhamento oncológico dos animais. Dos poucos do estado que atende animais de grande porte, como equinos, a preocupação é para onde animais tão sensíveis a ruídos serão levados com o fechamento da unidade. “O tolerável para eles é 70 decibéis. O adequado ao ouvido humano é 85 e os carros farão 113 decibéis. Eles vão ficar agitados, podem sofrer fraturas e aí teremos que sacrificá-los. É uma pena a Prefeitura e os responsáveis pela corrida não estarem aqui para ouvirem isso”, afirmou. (Fonte: redação e CMBH)

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