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Teste: Volkswagen Jetta TSI exibe desempenho de esportivo em carroceria de sedã

Sedã-médio encanta com motor turbo de 211 cv, mas design conservador e preço dos opcionais podem perder vendas. Volkswagen Jetta TSI parte dos R$ 94,9 mil

Por Thiago Ventura

O Volkswagen Jetta Highline 2.0 16V TSI DSG é um modelo ímpar no segmento dos sedãs-médios. Com 211 cavalos, é o mais potente da turma, mas também cobra o preço: com todos os opcionais, pode custar o equivalente a uma versão de entrada de categoria superior. Na linha 2015, o veículo ganhou pequenas mudanças no design externo e segue na rabeira dos líderes Toyota Corolla e Honda Civic, querendo seu espaço ao Sol. A seu favor, um motor que proporciona diversão de esportivo numa carroceria (e visual) de carro de família.

O Volkswagen Jetta TSI tem câmbio automatizado de dupla embreagem DSG de seis marchas com borboletas no volante. O carro oferece seis airbags (dois frontais, dois laterais e dois de cortina) e sistema IsoFix para fixação de cadeirinhas. A direção é elétrica e as rodas são aro 17 com freio a disco nas quatro rodas. O preço inicial é de R$ 94.930 (julho de 2015). Veja ao final da matéria o valor e conteúdo dos pacotes que podem fazer o carro saltar para os R$ 108.618,00.

O que mudou

Esteticamente, o Jetta 2015 recebe mudanças bem pontuais: para-choques dianteiro e traseiro redesenhados e uma lanterna mais afilada. A partir da versão Comfortline, o Jetta exibe três filetes cromados na grade do radiador. A versão top tem a sigla TSI estampada na tampa do porta-malas. Opcional à parte, as luzes diurnas são compostas por 19 lâmpadas de LED que formam uma nova assinatura, bem invocada por sinal, tanto de dia como de noite.

No interior, chama atenção a nova geração do volante multifuncional, já que o equipamento anterior ficou tão banalizado que equipava até o Gol. A versão top de linha tem o computador de bordo com mostrador colorido. Detalhes cromados no painel e acabamento em preto brilhante ao redor da alavanca de câmbio também chamam atenção.

Tanto no visual externo, como na cabine, o modelo segue com a receita de design bem conservador. Há o predomínio de linhas retas e continuidade. Na dianteira, a linguagem de estilo Volkswagen é percebida, com as conhecidas lanternas da marca, presentes em vários modelos.

Ao volante

Bom mesmo é saber que o fundamental do carro ainda está lá. O bloco 2.0 TSI é o mesmo que equipa o Golf GTI e o Fusca, mas com calibragens diferentes para cada modelo. No Jetta, rende 211 cavalos a 5.500 rotações e torque de 28,6 kgf.m a meros 2.000 rotações. O tanque de 55 litros recebe apenas gasolina.

Ao volante, temos um sedã com desempenho exemplar. Para ter ideia, o modelo faz de 0 a 100 km/h em 7,2s. Aceleração inferior ao Golf ( 6,5s), mas nada mal para um carro com vocação familiar. Além dos 9 cv a menos, o Jetta também é quase 60 kg mais pesado: 1.376 kg contra 1.317 kg do hatch. Mesmo assim, temos um modelo com retomadas e aceleração superiores aos rivais médios, inclusive ao motor turbo THP da Peugeot/Citröen.

O powertrain é completo coma caixa automatizada DSG de seis marchas. Há os modos Drive, que possibilita uma tocada mais suave, e o Sport, que estica ao máximo as marchas. Em movimento, ao selecionar esse modo, o carro reduz de cara duas marchas, aumentando o ruído do motor. Há ainda o modo Manual, trocas com borboletas no volante, que permitem mais controle do veículo.

Para segurar esse conjunto, a Volks equipou o carro com freios a disco nas quatro rodas. No eixo dianteiro, os discos são ventilados. Há ainda controles de tração e estabilidade. Os pneus são 225/45 com rodas de liga leve de 17 polegadas. A suspensão é do tipo McPherson na frente e Multilink atrás e garante conforto, mesmo nas esburacadas vias e com os pneus de perfil baixo.

Rodas de liga leve de 17 polegadas

O consumo, no entanto, não é dos melhores. No Programa de Etiquetagem Veicular do Inmetro, o modelo registra bons números de 8,9 km/l na cidade 12,1 km/l na estrada. Em nosso teste, o computador de bordo acusou na cidade 6,5 km/l, sem abusar muito. Com o turbo oferecendo torque máximo com apenas 2.000 rpm, esperávamos índices melhores. Mesmo com os números oficiais, o Jetta tirou nota C em relação à categoria e a todos os veículos analisados. Anda bem, mas bebe.

Vida a bordo

O Jetta Highline recebe bem os ocupantes e oferece bastante espaço, inclusive para a turma de trás. São 4,659 m de comprimento com 2,651 m de distância entre eixos. Todos os cinco passageiros contam com cintos de segurança três pontos e encosto de cabeça. Outro ponto positivo é o enorme porta-malas, que leva 510 litros.

Motor 2.0 16V TSI rende 211 cavalos a 5.500 rpm

O ar-condicionado é digital de duas zonas e com saídas de ar para o banco traseiro. O porta-luvas é refrigerado e as luzes internas podem ser configuradas e incluem iluminação para área dos pés. Os bancos dianteiros podem vir com aquecimento, item a parte no pacote Exclusive (veja abaixo).

O motorista encontra boa posição de dirigir, com comandos à mão e vários recursos no volante multifuncional, que pode ser regulado em altura e profundidade. O banco tem ajustes elétricos, inclusive de regulagem lombar no pacote Premium. Atrás, três pessoas viajam relativamente bem; duas com conforto e espaço para as penas. O encosto é bipartido e há apoio de braço com acesso ao porta malas.

O acabamento é bom, com uso de materiais de qualidade e sensíveis ao toque no painel. Nas portas, há aplique de couro (pacote Exclusive) e uma faixa com detalhe que imita fibra de carbono e maçanetas cromadas. Porém, nas portas e pontos do console central, há também plástico duro, que depõem contra o veículo. Falha grave é a tampa do porta-malas. Além de não ser totalmente coberta, as alças não são do tipo pantográficas e sim ‘pescoço de ganso’. O Jetta merecia mais cuidado nesse ponto.

Outro senão fica por conta da central-multimídia. O sistema oferece tela touchscreen de 5,8 polegadas com rádio, CD Player, Bluetooth, entrada para SD-Card, cabo de interface para iPod/iPhone e 8 alto-falantes. Porém, o sistema é muito simples, a mesma encontrada em modelos mais baratos da marca, o que não condiz no disputado segmento dos sedãs-médios.

Opcionais

O teto solar é um opcional a parte e custa R$ 4.168,00. A Volkswagen oferece dois pacotes de equipamentos. O Exclusive agrega piloto automático, bancos de couro, aquecimento dos bancos dianteiros, retrovisor eletrocrômico e sensores de chuva e crepuscular por por R$ 3.901. Nesse item, o cliente pode escolher couro preto ou bege sem custo adicional.

Luzes diurnas de LED e faróis de xênon são opcionais

Mas para deixá-lo com itens desejados para versões top de linha do segmento, é necessário comprar o pacote Premium. O modelo virá equipado com os mesmos itens da opção anterior mais faróis bixenônio com luzes diurnas de LED, regulagem lombar elétrica do banco do motorista, regulagem dinâmica do facho de farol e luz de curvas e o sistema Kessy, com partida pelo botão e acesso ao veículo sem o uso da chave. Tudo isso por R$ 9.520.

O sedã está disponível em seis opções de cores: duas sólidas (branco Puro e preto Ninja), uma perolizada (preto Mystic) por R$ 1.674 e três metálicas (prata Sargas, cinza Platinum e azul Silk) que custam R$ 1.133.

Sistema multimídia podia ter mais recursos

Custo/benefício

Ou seja, para ficar completo como o modelo que aparece nas fotos e no vídeo, prepare R$ 108.618. Se o valor inicial está abaixo de concorrentes como Toyota Corolla Altis (R$ 100.990) ou Ford Focus Titanium Plus 2.0 PowerShift (R$98.900), para equipá-lo com xênon, teto e luzes de LED, o preço chega próximo de modelos de categoria superior ou mesmo marcas premium.

Um Ford Fusion 2.5 Flex, por exemplo, custa R$ 106.000 e é um passaporte para a categoria superior. Pode-se considerar ainda um Audi A3 Sedan 1.4 TFSI (R$ 100.000), que apesar de ter motor mais fraco, é um outro nicho de mercado e oferece mais status e acabamento superior.

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