Marca americana anunciou encerramento das atividades da marca cearense para setembro. Fábrica da Troller seria vendida, mas negócio não deu certo devido exigências da matriz
A Ford anunciou o encerramento das atividades da Troller para setembro deste ano. É mais um capítulo da decisão drástica da empresa, que desistiu de fabricar veículos no Brasil. Anunciada em janeiro, o fechamento das fábricas tirou de linha o EcoSport e a linha Ford Ka na planta de Camaçari (BA). Tudo indicava que a fábrica da Troller em Horizonte (CE) seria vendida. Porém o negócio não deu certo e o motivo deixou o governo do Ceará irritado.
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Sem dar outro fim para a marca brasileira, a Ford decretou o o encerramento das atividades. Com isso, cerca de 477 colaboradores serão demitidos. Além dos empregados diretos, o final da produção vai por fim a uma série de empresas fornecadoras de peças e empregos indiretos. Isso poderia ser evitado com a venda da marca Troller, mas uma exigência da matriz americana frustrou os planos.
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Segundo comunicado oficial divulgado nesta terça (10), pela Secretaria do Desenvolvimento Econômico e Trabalho (Sedet) do Ceará, o governo foi pego de surpresa pela decisão. Segundo a pasta, desde janeiro os governos Estadual e Federal, por meio das Secretarias do Desenvolvimento Econômico e Trabalho (Sedet) e da Fazenda (Sefaz), e do Ministério da Economia, acompanham as negociações buscando prováveis compradores. Contudo, esse esforço esbarrou num motivo.
Segundo a Sedet, a Ford nos Estados Unidos não autorizou a venda da fábrica e da marca Troller. Ou seja, só autorizou negociar a estrutura. O potencial interessado não teria direito a fabricar o modelo T4 nem utilizar a marca cearense. Assim, a Ford achou melhor “matar” a montadora do que vendê-la.
“Continuaremos firmes na busca de entendimentos para que a Ford reflita que esta posição tomada pela matriz é indesejada por nós. A marca Troller não é mundial, foi criada por cearenses! Esperamos que a Ford americana e a do Brasil não prejudiquem o desenvolvimento do Ceará e os trabalhadores cearenses”, declarou o secretário de Desenvolvimento Econômico, Maia Júnior.
Segundo o governo do Ceará, três ofertas foram feitas pela Troller, sendo que uma delas a “Ford disse estar sendo atendida, do ponto de vista dos acertos comerciais”. Ainda segundo a secretaria, quando do anúncio do fim das operações no Brasil, a empresa anunciou que venderia a Troller de “porteira fechada”.
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Confira o comunicado da Sedet na íntegra
A Secretaria do Desenvolvimento Econômico e Trabalho do Estado do Ceará informa que foi surpreendida com a notícia do fechamento da fábrica da Troller, em Horizonte, a partir do mês de setembro. Desde janeiro que os Governos Estadual e Federal, por meio das Secretarias do Desenvolvimento Econômico e Trabalho (Sedet) e da Fazenda (Sefaz), e o Ministério da Economia, acompanham as negociações buscando prováveis compradores.
O estado monitorou as tratativas, sem interferência pois não éramos vendedores e nem compradores do ativo e nos mantivemos entusiasmados com a finalização comercial até julho, quando o processo se afunilou com três possíveis compradores e a Ford disse estar sendo atendida, do ponto de vista dos acertos comerciais.
Porém, na tarde dessa segunda-feira (09), o diretor institucional da Ford no Brasil, Rogério Goldfarb, informou por telefone ao titular da Sedet, Maia Júnior, a suspensão das negociações alegando decisões da matriz americana que havia contratado empresa especializada em fusões e aquisições para o processo. A Ford informou ainda que a decisão corporativa foi de seguir com a venda da Troller sem negociar marca e design de produtos, diferente do que foi anunciado em janeiro deste ano.
O Estado do Ceará reserva a posição de manter a busca pela continuidade da fábrica para o desenvolvimento do município de Horizonte e a manutenção dos empregos. “Continuaremos firmes na busca de entendimentos para que a Ford reflita que esta posição tomada pela matriz é indesejada por nós. A marca Troller não é mundial, foi criada por cearenses! Esperamos que a Ford americana e a do Brasil não prejudiquem o desenvolvimento do Ceará e os trabalhadores cearenses”, ressaltou Maia Júnior.