Modelo mais vendido da história da Renault, Clio completa três décadas e agora na quinta geração tem motor turbo, cinco estrelas de segurança e opção híbrida
Thiago Ventura
Marca francesa comemora 30 anos de lançamento do Clio, compacto que é campeão de vendas do Grupo Renault em todo o mundo, com mais de 15 milhões de unidades vendidas. Apresentado no Salão de Paris em junho de 1990, chegou ao mercado europeu ainda naquele ano para substituir o R5. Em 1991 recebeu título de ‘carro do ano’ por várias publicações e chegou a ser primeiro lugar em vendas na França em 1992 a 1996, e também o modelo francês mais vendido na Europa durante seis anos.
Atualmente na quinta geração, a Renault conseguiu preservar o DNA que fez com que o sucesso de seu carro urbano. A despeito disso, o Clio V tem a linguagem atual da marca, com visual bem mais invocado do que os primeiros. O compacto tem ainda a novas tecnologias de eletrificação TECH Hybrid.
O Clio I sofreu uma reestilização em 1994 e passou a adotar airbag e cintos de segurança com pré-tensionadores. Em 1996, passa a ser montado na Colômbia e na Argentina; de Córdoba, chegou ao Brasil naquele mesmo ano, inovando ao oferecer as bolsas infláveis de série, enquanto muitos concorrentes sequer tinham como opcionais.
Em nosso mercado, contudo, o carro só pegou a a partir da segunda geração e da produção nacional, iniciada em novembro de 1999, na planta de São José dos Pinhais (PR), no completo industrial Ayrton Senna. Oito anos depois, o carro perdeu fôlego nas vendas e em 2007 teve sua produção enviada de volta à Argentina. A cada linha o Clio foi perdendo equipamentos. Em 2013, a Renault aproveitou a brecha antes do airbag e ABS se tornarem obrigatórios, e tirou os itens do compacto. O carro deixou de ser fabricado na Argentina em 2016 e saiu de linha no Brasil definitivamente em 2017, dando lugar ao Kwid.
Enquanto isso, na Europa, o compacto foi evoluindo cada vez mais. Enquanto recebíamos a segunda geração, no anto anterior, 2005, a terceira geração foi apresentada no Salão Automóvel de Frankfurt. Foi eleito o Carro Europeu do Ano de 2006, tornando-se o primeiro carro a vencer duas vezes.
A quarta geração chegou em 2012, sendo apresentada no Salão Automóvel de Paris. Com projeto de Laurens van den Acker, atual vice-presidente de Design do Groupe Renault, tinha visual moderno e elegante, agora somente com carroceria de quatro portas.
O atual Clio V foi lançado em 2019, mais uma vez projeto de Laurens van den Acker. Criado já na nova plataforma modular CMF-B, foi pensado desde a origem para ter opção híbrida, além dos motores a combustão SCe e turbo TCe. A atual geração tem comprimento de 4.04m, com altura de 1.44m e largura de 1.79m. A distância entre eixos é de 2.58 m. Não há previsão da Renault comercializar esse modelo no Brasil.
O atual Clio V continua a sua tradição de veículos perfeitamente seguros adaptados à exigência do consumidor do primeiro mundo e oferece 5 estrelas EuroNCAP. Para 2020, a novidade será o lançamento da tecnologia E-TECH Hybrid.
Séries especiais nervosas
Além dos modelos convencionais, o Renault Clio sempre teve algumas versões e séries especiais nervosas. A tradição começou em 1993 como Clio Williams, em homenagem à equipe de F1. Tinha motor 1.4 aspirado DOHC com 147 cv e 175 Nm com velocidade máxima de 215 km / h. Na segunda geração, surgiu o Clio V6 Renault Sport.
Modelo de competição, tinha motor central traseiro, um 3.0 V6 que era usado no Renault Laguna, de 230 cv e 300 Nm de torque. Apesar do visual da segunda geração, era um modelo completamente à parte, compartilhando apenas a carroceria. Foram 159 carros construídos entre 1999–2003.
O carro sempre teve, desde a segunda geração, versões esportivas RS. O atual Clio RS de quinta geração vem com motor 1.3 turbo de 130cv e torque de 240 Nm, acoplado com transmissão automatizada de dupla embreagem e sete marchas.