Carlos Ghosn, o ex-CEO brasileiro da aliança Nissan/Renault, entrou com um processo contra a fabricante japonesa, buscando uma indenização de mais de US$ 1 bilhão. Ghosn acusa a Nissan, juntamente com a Renault, a Mitsubishi e outras 12 pessoas, de difamação, calúnia e fabricação de provas. O empresário abriu a ação junto ao Ministério Público do Líbano.
Carlos Ghosn nasceu em Porto Velho, capital de Rondônia, em 1954, e depois se mudou para a França, onde se formou. Em 2001, ele assumiu a presidência da Nissan e da Renault e posteriormente liderou a aliança entre as duas marcas, incluindo a aquisição da Mitsubishi em 2016.
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As polêmicas em torno de Ghosn começaram em 2017, quando ele foi acusado de desvio de dinheiro, declarações falsas sobre seu patrimônio e quebra de confiança. Ele foi preso, solto sob fiança e posteriormente afastado de suas funções nas três montadoras.
Em abril de 2019, Ghosn foi preso novamente e ficou em prisão domiciliar no Japão até sua fuga em dezembro do mesmo ano. Ele alegou estar sofrendo perseguição da Nissan, que buscava maior autonomia em relação à Renault. Sua fuga foi cinematográfica, escondendo-se dentro de uma caixa de instrumento musical e voando para o Líbano, onde possui cidadania e não há acordo de extradição com o Japão.
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Agora, três anos após sua fuga, Ghosn continua sua batalha legal contra a Nissan e busca vingança pelo processo que enfrentou. Ele mantém sua inocência e nega todas as acusações feitas pela Justiça. O empresário afirma que, se considerado culpado, a Nissan terá que pagar. Ele está processando a montadora em busca de uma indenização de US$ 588 milhões em compensações e custos, além de outros US$ 500 milhões em medidas punitivas.
O ex-CEO também alega que documentos foram retirados de sua casa no Líbano sob falsos pretextos no dia de sua prisão no Japão e compartilhados com as autoridades japonesas. Sua ação legal abrange crimes supostamente cometidos no Líbano, Japão, França, Brasil, Estados Unidos e Holanda. Ghosn espera que a verdade prevaleça e está determinado a recuperar seus direitos e reparar sua reputação.
O processo movido por Carlos Ghosn contra a Nissan está previsto para começar em uma sessão judicial em setembro. Enquanto isso, ele permanece no Líbano devido a um Aviso Vermelho emitido pela Interpol a pedido do Japão. O ex-CEO está empenhado em dedicar todo o tempo necessário para buscar a verdade e restaurar sua reputação, alegando que as acusações contra ele deixaram um impacto duradouro em sua vida.
A montadora japonesa também tomou medidas legais contra o ex-CEO. Em 2020, a Nissan entrou com um processo buscando uma compensação financeira de 10 bilhões de ienes (cerca de US$ 90 milhões) de Ghosn, alegando danos e prejuízos causados por suas supostas condutas ilegais durante seu período como executivo.
A Nissan acusou Ghosn de má conduta financeira, incluindo uso indevido de fundos da empresa para benefício pessoal, fraude fiscal e outros delitos. A montadora japonesa argumentou que as ações de Ghosn resultaram em danos à sua reputação e finanças, além de prejudicar a confiança dos acionistas e dos consumidores.
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