Dia dos Povos Indígenas: conheça carros que celebram os nativos do Brasil

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Vários veículos receberam nomes com homenagem aos povos indígenas. Marcas procuram divulgar cultura nacional em seus produtos

Povos Indígenas brasileiros foram homenageados em vários veículos fabricados no Brasil
Povos Indígenas brasileiros foram homenageados em vários veículos fabricados no Brasil

O Brasil celebra neste 19 de abril de 2023 o Dia dos Povos Indígenas. É a primeira vez que o país utiliza esse termo: uma lei de 2022 mudou o nome anterior, criado em 1943, então chamado Dia do Índio. A data celebra a diversidade das culturas dos povos originários no Brasil.

A cultura indígena é uma das que contribuíram na construção da identidade brasileira: tribos, línguas e expressões são utilizados como nomes diversos. Essa aplicação ganhou força a partir da proclamação da República e segue presente ainda hoje. No universo dos carros, vários modelos fazem homenagem aos nativos brasileiros.

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Esse tema foi muito explorado justamente por marcas nacionais, a maioria delas já extintas, que buscavam ter ainda mais esse apelo tipicamente brasileiro. Outras montadoras multinacionais também decidiram homenagear ícones da cultura dos povos indígenas.

Importante lembrar que o uso de nomes de tribos ou culturas indígenas para nomes de modelos de carros pode ser visto como problemático por algumas pessoas. Contudo, não deixa de ser uma bela homenagem aos povos originários do país!

Brasinca 4200 GT Uirapuru

Produzido pela empresa Brasinca entre 1964 e 1967, o Uirapuru foi foi um dos primeiros carros de alta performance fabricados no Brasil, com um design arrojado. Tinha motor seis cilindros de origem Chevrolet com três potências ao longo de sua curta história: 155, 163 e 170 cv. O mais potente foi o último fabricado, o 4200 GTS, e vinha com câmbio de quatro marchas, diferencial autoblocante e suspensão do Corvette.

O nome Uirapuru é homenagem a uma família de pássaros típicos do Brasil. A palavra vem do tupi-guarani, uma das línguas do povos indígenas e significa ‘ave enfeitada’.

Gurgel Xavante

Uma das marcas que mais homenageou a cultura brasileira, a Gurgel teve alguns modelos dom nomes indígenas. Um deles é o Xavante. Era um SUV compacto, ou melhor, jipinho como se falava na época. Foi utilizado nos modelo XT, XTR
XTC dos anos 70. O Xavante continuou em homenagem mas agora apenas como o “X”, usado no X-10 e X-12, dentre outros.

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Tinha motor Volkswagen 1,6 com câmbio do Fusca 1.3. Supercompacto, tinha comprimento de 3,66 m com peso de 780 kg. Com teto de lona, fez muito sucesso no litoral e interior do Brasil. Xavante é um povo indígena brasileiro, originário do Centro-Oeste. Atualmente concentram-se em 12 terras indígenas no Mato Grosso. Mario Juruna, que foi o primeiro deputado indígena brasileiro, era desse povo.

Gurgel Carajás

Os Carajás são indígenas que vivem na região dos rios Araguaia e Javaés, nos estados brasileiros de Tocantins, Goiás, Mato Grosso e Pará. Eles falam a língua carajá, que pertence à família linguística carajá e têm cerca de 3.768 pessoas em 21 aldeias.

Carajás é também o nome do maior SUV feito pela Gurgel, fabricado entre 1984 e 1995, quando a marca encerrou as atividades. O modelo chegou para explorar um nicho pouco disputado na época, mas que hoje é uma das sensações da indústria.

Era equipado com motor Volkswagen AP a gasolina 1.8 com 85 cv, álcool 1.8 com 97 cv, ambos utilizados no Santana. Também foi oferecido com o bloco diesel 1.6 com 50 cv, o mesmo da Kombi diesel.

Fiat Doblò Adventure Xingu

Em 2012 a Fiat lançou a série especial Xingu, da Doblò Adventure. O modelo fazia homenagem ao filme Xingu, dirigido por Cao Hamburger. O longa conta a história da criação do Parque Nacional do Xingu, iniciado na década de 1940 sob o comando dos irmãos Villas Boas.


O Doblò Adventure Xingu modelo 2013 vinha com rádio CD MP3 / WMA , bancos dianteiros com novo bordado  “Adventure Xingu”, faixas decorativas nas laterais do veículo e novo adesivo na porta traseira, todos inspirados no filme. Que comprou na época ganhou m brinde composto por mochila, lanterna, caderno e amuleto!

Iveco VBTP-MR Guarani

O blindado de uso militar foi o primeiro modelo projetado e fabricado na unidade da Iveco Veículos de Defesa no Brasil, a única fora da Europa. É uma viatura anfíbia com capacidade para até 11 tripulantes, incluindo piloto e comandante.

O Guarani é uma Viatura Blindada de Transporte de Pessoal Médio sobre Rodas (VBTP-MR), desenvolvid aem parceria com o Exército Brasileiro. Na opção 6×6 possui um motor FPT Industrial Cursor 9F2C de 383 cv, transmissão automática ZF Friedrichshafen 6HP602S e propulsão aquática Bosch Rexroth A2FM80.

Guarani é uma das maiores etnias dos povos indígenas da América do Sul; antes do europeus, ocupavam áreas no Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai. A palavra “guarani”, na língua guarani significa guerreiro, daí a homenagem ao blindado da Iveco.

Avibrás Tupi

Os tupis são um povo indígena ancestral que emigraram das bacias dos rios Madeira e Xingu até o litoral brasileiro. É uma língua nativa em comum com vários povos que foram derivados dos acncestrais, como os Tupinambás, Tupiniquins, Tamoios e Tapajós. O Tupi é outra homenagem para uma viatura militar.

O Blindado Tupi 4×4 é uma viatura blindada leve e multifuncional de rodas que foi desenvolvida pela Avibrás em conjunto com a Renault Trucks Defense, utilizando o blindado Sherpa Light como base.

O Blindado Tupi 4×4 pode transportar até cinco passageiros e possui recursos como pneus com compensação de enchimento e sistemas de lançamento de granadas de fumaça. Além disso, pode ser equipado com uma metralhadora .50 no teto, entre outras possibilidades.

Volkswagen Tupi

O Volkswagen Fox foi desenvolvido no Brasil para ser um substituto moderno para o Gol. A marca tinha como plano usar algum nome de apelo nacional par ao modelo, afim de cair no gosto do brasileiro. O nome escolhido foi Tupi, também uma homenagem aos povos indígenas.

Contudo, o nome não deu certo e o carro foi lançado, inclusive no Brasil como Fox, raposa em inglês. O problema é que a pronúncia da palavra Tupi em inglês se assemelha ao verbo To pee (urinar). Então, a ideia original foi abortada!

Chevrolet Marajó

A Marajó foi uma perua produzida pela General Motors no Brasil, derivada do Chevette e baseada no Opel Kadett Caravan europeu. Foram vendidos 40.701 modelos da versão brasileira, com variações como L (Luxo), SL (Super Luxo), SE (Special Edition) e SL/E (Super Luxo Especial). A perua foi equipada com motores de 1,4 e 1,6 litro de cilindrada, movidos a gasolina ou álcool. A produção começou em 1980 e foi encerrada após alguns anos.

A Chevrolet Marajó fez homenagem a ilha de mesmo nome no estado do Pará. Trata-se da maior ilha fluviomarinha do mundo, ou seja cercada por rios de um lado, e por mar do outro. O nome faz menção às observações dos índios nativos: eles denominaram de “Mibaraió”, e que em língua tupi significa “anteparo do mar”.

Dia dos Povos Indígenas

Em julho do ano passado, a Lei 14.402/22 definiu 19 de abril como o Dia dos Povos Indígenas – e não mais Dia do Índio –, para celebrar a cultura e herança desses povos. A medida, aprovada pelo Congresso Nacional, deixa de lado o termo índio, considerado preconceituoso contra os povos originários.

Em 1500, os portugueses que aqui chegaram acreditavam ter chegado às Índias. Por isso, deram nome de índios aos que aqui já viviam. Mas, o termo correto é indígena, que significa, no latim, natural do lugar em que vive.