Marca chinesa se une a Toyota, GM e Volks para criticar incentivos regionais na reforma tributária. GWM fala em R$ 5 bi de renúncia fiscal
O debate em torno da reforma tributária e suas implicações na indústria automobilística ganha cada vez mais destaque. A montadora chinesa Great Wall Motors (GWM Brasil) emitiu nota criticando parte do texto aprovado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado Federal. A empresa critica o que chama de ‘incentivo a velhas tecnologias’.
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O texto estabelece uma série de mudanças na tributação de veículos, incluindo carros elétricos e híbridos. Entre elas, está a prorrogação de benefícios fiscais do IPI para plantas automobilísticas nas Regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste até dezembro de 2032. Além disso, os senadores aprovaram a restrição do benefício para automóveis “descarbonizantes”, como veículos elétricos ou movidos a biocombustíveis.
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Montadoras tradicionais como General Motors, Toyota e Volkswagen expressaram sua oposição a esses dispositivos, definidos nos parágrafos 3, 4 e 5 do artigo 19 da Reforma Tributária. As montadoras publicaram manifesto para criticar o texto.
Segundo o manifesto assinado por essas montadoras, é fundamental que os parágrafos 3, 4 e 5 do artigo 19 sejam excluídos da Reforma Tributária. Eles argumentam que esses parágrafos representam um retrocesso tanto do ponto de vista tecnológico quanto ambiental. Além disso, consideram que eles resultarão em uma renúncia fiscal prejudicial ao desenvolvimento do país.
A Great Wall Motors (GWM) Brasil também declarou apoio ao manifesto das outras montadoras, afirmando que a extensão do Regime Automotivo do Nordeste, que encerraria em 2025, representa um retrocesso do ponto de vista tecnológico e ambiental.
“Em um momento em que a indústria automotiva mundial passa por uma revolução tecnológica que está adotando globalmente a eletrificação, é um contrassenso e um desserviço ao país apostar em uma fórmula que está desalinhada com o futuro sustentável do planeta”, diz a GWM.
Polêmica entre montadoras
A polêmica não para por aí, uma vez que essa oposição das montadoras do Sudeste e Sul do Brasil vai de encontro aos interesses de empresas com fábricas no Nordeste, como a Stellantis. A Stellantis, devido ao volume de produção, é a empresa que mais se beneficiaria dos incentivos regionais propostos, e essa discordância gera um conflito de interesses na indústria automobilística nacional.
Além disso, a montadora chinesa BYD, que recentemente anunciou a produção de veículos em Camaçari (BA), também se manifestou em favor dos incentivos fiscais, enfatizando sua importância para continuar investindo no Brasil.
A GWM diz que tais incentivos propostos na reforma tributária representariam um custo anual de R$ 5 bilhões para a sociedade brasileira. “Representam um retrocesso do ponto de vista tecnológico e ambiental além de uma renúncia fiscal prejudicial ao desenvolvimento do país.”