Venda de carro usado têm queda de 6% em São Paulo e lojistas culpam aumento no ICMS

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Para representantes do segmento aumento do ICMS e desestímulos do setor são as principais causas da queda da venda de carro usado

Na prática, um carro usado no valor de R$ 50 mil tinha antes um ICMS de R$ 900. Esse valor agora será de R$ 2.763 para o mesmo carro.

A venda de carro usado caiu 6% no comparativo de fevereiro com janeiro de 2021, em São Paulo. Foram 370.237 veículos usados vendidos em fevereiro contra 393.694 em janeiro. Dentre o tempo de uso, os automóveis usados jovens (de 4 a 8 anos de uso) foram os que mais sofreram com a queda, registrando 7% a menos de vendas em fevereiro. Os dados são de um levantamento realizado pela Fenauto e Denatran, divulgado nesta quinta (04).

Entidades e representantes do setor reivindicam que a queda se deve ao aumento do ICMS aliado às baixas medidas de incentivos fiscais com a aprovação do Pacote de Ajuste Fiscal do governo, no final do ano passado.


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“Só para os carros usados tivemos um aumento de 207% no ICMS. Isso representa queda nas vendas para o lojista e revendedor, queda nos empregos para os trabalhadores do setor, aumento da informalidade e a saída de empresas e revendedoras de carros do estado”, explica Marcelo Cruz, representante da Sindiauto (Sindicato Comércio Varejista Veículos Automotores Usados Estado São Paulo).

Segundo Cruz, o setor já sentiu uma queda de 12% nas vendas, com projeções reais de 30% nos próximos meses. Além disso, o segmento projeta um impacto de cerca de um milhão de desempregados, somente no setor, entre empregos diretos e indiretos, já que toda a cadeia produtiva será afetada, desde lojas multimarcas, concessionárias, montadoras, autopeças, mecânicas, funilarias, centros automotivos, despachantes, agentes de financiamento, seguradoras, lojas de peças e outros.

Na prática, um carro usado no valor de R$ 50 mil tinha antes um ICMS de R$ 900. Esse valor agora será de R$ 2.763 para o mesmo carro.

“O mercado não vai conseguir segurar a carga tributária e quem vai pagar a conta é o consumidor. A pessoa que tinha o sonho de ter o carro próprio e estava apostando no usado, não vai conseguir realizar o sonho este ano”, completa Cruz.

Os distribuidores de veículos e Sindiauto acreditam que atos públicos são necessários para que a população entenda o efeito dessa medida no bolso do consumidor e no desemprego. Desde o início de fevereiro, as entidades do setor têm se organizado em manifestações para reivindicar a revogação da medida e uma nova votação na Assembleia. No dia 23/02, a avenida Paulista foi fechada pelos representantes do setor automotivo, em protesto contra o aumento de 207% do ICMS de carros usados. (Fonte: Fato Relevante)

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