Os populares Palio, Uno e Ford Fiesta encerram o mês como os mais líderes de vendas dos usados e seminovos
O mercado de veículos seminovos e usados segue aquecido com alta de 23,9% no acumulado do ano, apesar de leve retração de 0,3% no mês de novembro. O setor continua o movimento de alavancar a indústria automobilística que ainda sofre com a crise dos semicondutores e sem previsão para conter a alta demanda.
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Segundo dados da Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores), a crise de abastecimento de veículos gerada pela pandemia mudou de forma significativa a dinâmica do mercado de seminovos e usados. Em outubro de 2019 a relação era de 3,7 usados para cada 0km vendidos contra 4,4 a cada novo comercializado em 2021.
De janeiro a outubro as trocas de titularidades acumularam um expressivo número de 12.767.968 veículos no país consolidando cada vez mais a procura pelas revendedoras. Foram comercializados em novembro, uma média de 1.165.436 unidades por dia totalizando uma queda de apenas 43 unidades em comparação ao mês de outubro.
“A crise dos microchips segue longe de acabar e a opção pelos seminovos continua valendo o custo benefício. Em tempos de inflação, incerteza fiscal e depreciação cambial, fica mais viável optar por um modelo que cabe no bolso buscando revendas que contam com o respaldo da Associação. Mas é preciso pesquisar e ficar atento já que além das oscilações diárias da tabela Fipe, os lojistas têm tido dificuldade para repor os estoques, lembrando que o mercado continua aquecido”, conta Glênio Junior, presidente da Associação de Revendedores do Estado de Minas Gerais (Assovemg).
Em Minas foram vendidos uma média diária de 136.819 unidades representando estabilidade com queda de 0,2% nos números de novembro em comparação a outubro. O dado representa uma alta de 16% no acumulado do ano se comparado a 2020. Na capital Belo Horizonte alta de 15% no panorama anual. Em média, foram comercializadas cerca de 1.644 unidades/dia, representando uma diminuição de 2,3% nas vendas do mês anterior.
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Os populares Palio, Uno e Ford Fiesta encerram o mês como os mais líderes de vendas. Com 36.715 unidades vendidas, o Palio supera pela pequena diferença os 36.160 do Uno e os 24.157 do Fiesta. Em Minas e em Belo Horizonte o terceiro colocado no ranking foi o Gol da Volkswagen.
O ano deve fechar com números positivos apesar da inflação e da alta dos combustíveis. O setor de novos emplacamentos registrou alta de 5,59% em relação ao mês de outubro. O dado reflete uma reação do mercado como um todo e uma alta na confiança do consumidor que deve influenciar também o setor de seminovos.
Segundo o presidente da Fenabrave, Alarico Assumpção Júnior, os números são positivos mesmo com tantas questões enfrentadas pelo mercado como um todo. “O setor reagiu em novembro, e acredito que podemos fechar o ano dentro das nossas projeções de crescimento (11,1% para o ano de 2021). Dados os desafios enfrentados nos últimos meses, como a crise de abastecimento global e alta de juros no País, penso que é um ótimo desempenho, ainda que sobre uma base comparativa mais baixa, de 2020” palavra repetindo / pq pais ta com letra maiscula?
O que são os microchips?
Segundo reportagem da BBC News, 8 milhões de veículos deixaram de ser produzidos no mundo em 2020. Representando cerca de 3% do PIB (Produto Interno Bruto) global, a indústria automobilística segue sem previsão de normalização na produção de veículos. A incerteza afeta de forma impactante os milhões de empregos diretos e indiretos gerados por toda a cadeia produtiva.
Aplicados em todos os produtos eletrônicos, os chips são uma pastilha de silício enriquecido a partir da areia. Por meio da geração de um circuito integrado são produzidas as placas eletrônicas que são essenciais na produção de computadores, eletrodomésticos, celulares e veículos mais modernos.
A disparada na demanda por computadores e videogames em 2020, associados ao fechamento de algumas montadoras como medidas de contenção contra a disseminação da Covid-19, criaram uma inversão na demanda por esses insumos gerando uma limitação na capacidade disponível para atender as principais fábricas de automóveis.
Com a pandemia a maior produtora das peças, a Ásia, precisou interromper a logística de fornecimento do insumo causando uma crise sem precedentes que deve perdurar até meados de 2022 ou começo de 2023. Empresas como a Ford e GM já começaram a fechar acordos com empresas americanas como a Wolfspeed e a GlobalFoundries em busca de segurança no recebimento dos microchips.