‘Salão do Automóvel’ vira hospital em Nova York; Salão de Detroit é cancelado devido ao coronavírus

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Centro de Convenções, em Manhattan, que estaria sediando o Salão de Nova York, trocou os carros por leitos hospitalares nesta segunda e Salão de Detroit 2020, marcado para junho, foi cancelado e a edição 2021, adiada de janeiro para junho


Por Marcello Oliveira

A segunda-feira começou com a notícia do cancelamento do tradicional Salão de Detroit, evento que estava agendado apenas para janeiro de 2021. A edição 2020, que já havia sido adiada de janeiro para junho, também foi cancelada. Detroit é o quarto salão do automóvel cancelado por causa do coronavírus. O primeiro foi Pequim, na China, depois foi o Salão de Genebra, na Suíça e o terceiro foi o de Nova York. Inclusive o movimento nesta manhã estava grande no Centro de Convenções Javits Center, em Manhattan, que recebe anualmente, em abril, o Salão de Nova York. Mas no lugar de visitantes e funcionários, médicos e pacientes circulavam pelo local, que trocou os cerca de 100 carros que seriam expostos nos estandes de 30 marcas por 1000 leitos hospitalares divididos em quatro unidades de atendimento. O Salão de Nova York, o mais visitado dos Estados Unidos e que recebe mais de 1 milhão de pessoas, foi remarcado para 28 de agosto. O evento injeta em cada edição, $330 milhões de dólares na cidade.

Quando foi anunciado que o local viraria um hospital, as autoridades chegaram a dizer que ele seria exclusivamente equipado para atendimento aos pacientes em tratamento contra a COVID-19, mas hoje o próprio Centro de Convenções explicou que o Javits Center receberá apenas pacientes que não foram diagnosticados com o novo Coronavírus, justamente para desafogar a rede hospitalar de Nova York, que está próxima de um colapso. Também com a mesma função de evitar um colapso no sistema de saúde da região, um navio da Marinha americana atracou hoje em Manhattan com capacidade para 1000 leitos para pacientes sem a COVID-19. A cidade também ganhou nesta segunda um hospital de campanha montado no gramado do Central Park, este sim para auxiliar pessoas que estão contaminadas com a COVID-19 e que deverá entrar em operação já nesta terça-feira (31). Os outros quatro distritos da cidade, Brooklyn, Queens, Staten Island e Bronx, também ganharão um hospital de campanha cada.

Militares americanos trabalham para transformar palco do Salão de NY em hospital

Nova York é o epicentro do novo coronavírus nos Estados Unidos e em todo o estado 1.218 pessoas já morreram por COVID-19, 253 só nas últimas 24 horas e também concentra mais de 50% de todos os infectados por coronavírus em todos os Estados Unidos. O governador do estado, Andrew Cuomo, disse que eles precisam agora desesperadamente de suprimentos médicos.

Detroit cancelado

A notícia do cancelamento do Salão de Detroit 2021 pegou muitos de surpresa, pois o evento estava marcado apenas para janeiro, mas segundo a agência de notícias Bloomberg, o local que recebe a mostra automotiva, o TCF Center, irá se transformar num grande hospital de campanha para enfrentar o surto de coronavírus. A agência destacou uma possível nova data para a realização do salão: junho de 2021. A edição 2020 do evento já havia sido remarcada de janeiro para junho para não concorrer diretamente com a CES, também foi cancelada. A capital de Michigan, também conhecida como a capital do automóvel, corre o risco de se tornar o próximo epicentro de coronavírus nos Estados Unidos, registrando três vezes mais novos casos do que a média nacional. Na última sexta-feira (27), o estado de Michigan tinha 3.657 casos confirmados de COVID-19, contra zero há apenas duas semanas e agora é o quinto do país com casos confirmados. Pelo menos 92 pessoas morreram pela doença em Michigan. “Embora estejamos desapontados, não há nada mais importante para nós do que a saúde, a segurança e o bem-estar dos cidadãos de Detroit e Michigan, e faremos o possível para apoiar a luta de nossa comunidade contra o surto de coronavírus”, disse o diretor executivo do Salão de Detroit, Rod Alberts, em comunicado.

A Ford se manifestou sobre o assunto. “Apoiamos totalmente os organizadores do Salão de Detroit em seu adiamento”, afirmou em comunicado. “A saúde e a segurança de nossa comunidade e daqueles que trabalham em todo o setor são nossa principal prioridade”, completou.

Com o adiamento do Salão de Detroit, que seria apenas em janeiro, fica a dúvida quanto ao Salão de Nova York, reprogramado para agosto e o Salão de Los Angeles, em dezembro mas, por enquanto, ambos permanecem confirmados e sem alterações.

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