Presidente da Toyota do Brasil é promovido após fraudes na Daihatsu

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Rafael Chang é o novo CEO da Toyota América Latina e Caribe. Executivo peruano assume novo cargo em meio escândalos envolvendo a empresa

Rafael Chang: presidente da Toyota do Brasil é nomeado CEO da Região
Rafael Chang: presidente da Toyota do Brasil é nomeado CEO da Região

A Toyota Motor anunciou uma reformulação completa em uma de suas subsidiárias, a Daihatsu Motor, marca de carros que atua no Japão e outros países. Por conta disso, há mudanças na direção da Toyota na América Latina e promoção do gestor no Brasil. As medidas ocorrem após escândalo das fraudes de testes de segurança. É mais um incêndio que a marca tenta apagar, após outro escândalo, o último dos motores diesel.

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Para arrumar a casa na Daihatsu Motor, a Toyota anunciou a a nomeação de Masahiro Inoue como novo CEO da marca. O executivo é o atual CEO da Toyota América Latina e Caribe, substituirá Soichiro Okudaira a partir de 1º de março, conforme comunicado conjunto divulgado pelas empresas.

Por conta disso, o atual presidente da Toyota do Brasil e da Toyota da Venezuela, Rafael Chang foi nomeado para o cargo de Inoue. Aliás, o novo CEO da Daihatsu também já foi presidente da subsidiária Brasileira da Toyota. Chang assume o posto também em 1º de março.

Para comandar a empresa no Brasil, pela primeira vez, um cidadão local foi escolhido: Evandro Maggio foi nomeado novo presidente da Toyota do Brasil. Em sua carreira na Toyota, Evandro atuou em diversas áreas como Comercial, Lexus Internacional no Japão, Recursos Humanos e, atualmente, como Diretor Regional de P&D e Compras.

Ao que tudo indica, os escândalos recentes de motores diesel e de fraudes nos testes de segurança não chegaram ao Brasil e América Latina. Por isso, a escolha de executivos que atuam por aqui nessa nova fase da empresa.

O CEO global da Toyota, Koji Sato, declarou que os principais cargos da Daihatsu serão substituídos, e suas operações no exterior serão integradas à supervisão da Toyota. Em abril, será anunciada uma nova estrutura de liderança para a Daihatsu, afirmou Inoue. O presidente da Daihatsu, Sunao Matsubayashi, deixará o cargo, permanecendo vago. “Para que a Daihatsu renasça como a empresa que estava destinada a ser, acreditamos que isso é necessário”, disse Sato.

Rafael Chang Miyasaki é peruano e presidente da Toyota do Brasil desde 2017. Durante sua gestão, o negócio cresceu, passou por uma importante transformação cultural interna alinhada ao Toyota Way, passou a exportar para 22 países e tornou-se referência em ESG. O executivo já atuou em diversos países e postos pela Toyota desde 1993.

Além do Chang, outra reformulação proposta pela Toyota inclui a nomeação de Masanori Kuwata, atualmente líder do projeto de eletrificação Lexus International. Ele será o vice-presidente Executivo da Daihatsu.

Promoção em meio escândalos

Uma investigação interna seguida por uma operação do governo japonês na sede da Daihatsu resultou na suspensão da produção doméstica por várias semanas e na revogação da certificação de diversos modelos. A fabricante fornece carros e peças para Toyota, Mazda e Subaru. Em 2016, tornou-se subsidiária integral da Toyota, que prometeu intervir caso a Daihatsu enfrentasse dificuldades para compensar clientes, fornecedores e parceiros de negócios.

Foram descobertas pelo menos 174 irregularidades em 25 categorias de teste, além das já identificadas anteriormente em abril e maio, incluindo problemas em peças de portas e testes de colisão lateral.

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A produção de 10 modelos será retomada em 26 de fevereiro , após a marca apresentar um relatório ao Ministério dos Transportes detalhando contramedidas propostas para evitar tal conduta no futuro. Isso incluiu aumento de pessoal e tempo de produção, além de treinamento para equipe gerencial e executiva visando melhorar a transparência.

Em janeiro de 2024, uma investigação interna revelou que outra unidade, a Toyota Industries, manipulou dados de potência de alguns de seus motores a diesel. Akio Toyoda, presidente do grupo Toyota, afirmou que toda a organização precisa “voltar ao básico” para superar esses escândalos.